segunda-feira, 27 de março de 2017

Capítulo 24 - On the run




Jade POV

Eu senti o impulso do disparo da arma na minha mão que se desestabilizou. Em uma fração de segundos o projétil atravessou o ar e se chocou com o ombro esquerdo de Neymar, o impacto o fez cair no chão. E eu, tremula, com o rosto coberto por lágrimas, deixei propositalmente o revolver escapar de minhas mãos. Nem o barulho do choque dos dois, nem os gemidos de dor do homem pelo qual eu havia sido traída caído a minha frente me tocaram, eu estava transtornada, acabara de cometer uma loucura, não sabia o que fazer, então apenas deixei aquele quarto, mas antes de sair, olhei para trás, e aquele par de olhos verdes pelos quais me apaixonei me encararam, chorei mais.

Sem nem saber ao certo como havia chegado ao meu carro, peguei meu celular e disquei o número da emergência, pedi uma ambulância para um homem baleado naquele endereço, joguei o aparelho de celular pela janela, vendo-o se espatifar no asfalto, e arranquei com o carro rumo a minha casa. Eu ainda não acreditava no que havia acabado de fazer, estava em choque.

[...]


Assim que entrei em casa, Matthew estava de saída, mas parou quando se deparou com meu rosto inchado pelo choro de decepção e ódio que eu havia conseguido controlar fazia poucos minutos.

- Jade, o que aconteceu? Onde você estava? -meu primo perguntou totalmente preocupado.
- Arruma suas coisas, só o básico, precisamos sair daqui. Avise os outros pra nos encontrarmos na nossa outra casa, use o celular das operações, não o seu do dia a dia.
- Jade, porra, o que foi? -de preocupado ele já estava se desesperando.
- A polícia, Matthew. -vi ele ficar pálido e perplexo com a minha resposta.
- Co-como?
- Conversamos longe daqui, vamos. É urgente! -enfatizei e subi para o meu quarto.

[...]

Passaram-se pouco mais de meia hora desde o momento em que alertei Matt até o momento em que eu já estava reunida com todos eles na outra casa. É claro que fui bombardeada de perguntas, mas tentava me manter o mais controlada possível. Eu queria acabar com a vida do Neymar por ele ter colocado tudo que tenho e as pessoas que me importo em risco, mas no fundo ainda sentia aquela dor de um término de relacionamento, era ridículo mas eu acabei desenvolvendo sentimentos por aquele desgraçado, mesmo que não admitisse.

- Eu vou parar de enrolar, agora que já estamos todos aqui e o assunto é bem sério. -avisei aos quatro que prestavam toda atenção em mim- A polícia está nos investigando há um tempo o qual eu não sei contabilizar com certeza, e mandou um agente para se infiltrar e conseguir as provas que nós somos sempre tão cuidadosos ao não deixar. -tentei ser o mais clara ao reunir as informações que se passavam incessantemente na minha cabeça. Os três a minha frente possuíam expressões confusas, menos Matthew.
- Neymar! -ele disse firme e soltou um riso irônico recheado de raiva. A luz se acedera na cabeça dos outros, que voltaram suas atenções a ele. Eu não conseguia dizer nada. Doía em mim.
- Não pode ser. -Gil soltou, perplexo.
- A gente confiou naquele desgraçado! -o tom de voz de Guilherme se assemelhava mais ao de Matthew, com ódio.
- Como você descobriu tudo isso, Jade? -Gustavo perguntou, sensato.
- Ela tinha um casinho com ele, ou você esqueceu? -meu primo tomou a frente da resposta, soando enojado ao dizer aquelas palavras, enquanto me encarava julgador.
- Agora não é hora, Matthew! -Gustavo o repreendeu irritado.
- Eu encontrei documentos com investigações sobre todos nós, com históricos desde o meu pai, um distintivo e um revólver escondidos na casa dele, tudo com o brasão do Serviço Secreto Inglês. Ele é realmente o agente infiltrado. -expliquei- O que significa é que todos nós estamos em risco, eu sugiro que, por ora, nós procuremos refúgio onde acharmos mais seguro. Não se exponha muito, e caso forem deixar o país, usem os documentos falsos e façam isso de trem, acredito que nos aeroportos a fiscalização será mais rigorosa. Vamos manter apenas o contato extremamente essencial pelos celulares de serviço, não sabemos se eles já estão monitorando esses também. 
- Se formos pegos, vamos ser deportados. -Gui lembrou.
- Eu vou pegar prisão perpétua. -meu primo sorriu irônico.
- Você já viu as prisões do Brasil? -Gui pontuou, bravo.
- Calem a boca! -Gil disse alto- Façam o possível para isso não acontecer e fiquem calmos.
- Érr...-eu hesitei- Quero me desculpar por colocar vocês em risco, do fundo do coração, era a última coisa que eu queria! -fui sincera e senti lágrimas preencherem meus olhos, mas não as deixei cair.
- Não é culpa sua ele ter te usado, Jade. -Gustavo disse com a voz calma, mas doeu- Ele se infiltraria de qualquer maneira. -respirei fundo.
- Bom, é isso. Boa sorte para todos nós! Logo que der procuraremos um jeito de nos reunirmos e decidirmos que rumor tomar. -eu disse tentando soar confiante.


Breves minutos de silêncio dominaram aquela sala. Todos estavam ainda tentando lidar com aquele momento dentro de si mesmos, era irreal. 
Guilherme foi o primeiro a se levantar e tomar a iniciativa de nos abraçar, um de cada vez, me deixando por último, me abraçou, depositou um beijo nos meus cabelos e foi em direção a porta. Logo todos nós estávamos repetindo seu gesto.
Éramos uma equipe, uma família, mesmo em um momento de perplexidade e instabilidade.

- Eu confio em vocês, vai ficar tudo bem, se cuidem! -Gui disse, e saiu pela porta. 

Gilmar e Gustavo também não demoraram muito até dizerem as últimas palavras e irem embora. Ver todos partirem naquelas circunstâncias me enchia de culpa.
Logo estávamos só eu e meu primo no cômodo, em silêncio.

- Me desculpe por dizer aquilo. -ele disse vindo na minha direção, que me mantinha em pé na sala, e me abraçou- Eu amo você. -me apertou contra seu corpo.
- Me desculpe por isso. -o olhei de frente e novamente as lágrimas insistiram em tomar meus olhos,
- Não é culpa sua. -ele disse calmo como não costuma ser- A culpa é dele. E eu vou matá-lo! -a calma deu lugar, outra vez, ao ódio.
- Eu atirei nele. -confessei e derrubei minhas lágrimas.
- Você o matou? -sorriu feliz e esse gesto me machucava. Apenas neguei com a cabeça em resposta- Não pode amar alguém que te traiu. -olhou nos meus olhos, segurando meu queixo.
- Não o amo! -menti e sequei meu rosto, saindo de seu toque. Ele suspirou.
- Tudo bem, Seja melhor que eu como sempre foi e se cuide enquanto estivermos separados! -voltou a dizer calmo.
- Me cuidarei. Se cuide também, eu imploro! -pedi e ele sorriu- Onde vai agora?
- Casa da Alicia.
- Não vai ir transar com sua liberdade em risco. -repreendi e ele soltou um sorriso.
- Vou me só me despedir. Sabe que ela não é qualquer uma. -admitiu.
- E não vá para os Estados Unidos agora, por favor. A casa da sua mãe será o primeiro lugar que te procurarão. -alertei preocupada.
- Pode deixar. -me abraçou novamente- Até qualquer dia! -beijou minha testa e saiu pela porta.

[...]


Neymar POV


Eu vi o revolver dar seu tranco na mão de Jade, e barulho ensurdecedor antes de sentir o projétil atingir meu corpo. A bala penetrou a pele do meu ombro queimando, e assim que se alojou me tomou por uma dor sem proporções. Eu caí. Minha visão estava turva, e doía muito. Ainda encarei os olhos de Jade antes que ela partisse, e assim que a vi cruzar a porta do quarto, perdi a consciência.


Acordei sentindo cheiro de álcool e qualquer outra coisa que provoca o cheiro típico de hospital. Tive dificuldade em abrir os olhos por conta da luz do local, mas assim que o fiz, notei estar em um quarto hospitalar. Um curativo enfaixava todo meu ombro direito, minha veia recebia uma sustância que julguei ser soro, por uma mangueira presa a um frasco, a um aparelho ao lado do leito monitorava meus batimentos cardíacos. Eu estava vivo.

- Você acordou! -uma voz feminina disse entrando pela porta. Era uma médica- Sou a doutora Claire, e está tudo bem, agente. Você foi socorrido e está no hospital militar. -sorriu amigável.
- Socorrido por quem? -perguntei confuso.
- O serviço de emergência recebeu uma ligação, não sabemos quem foi. Você passou por uma cirurgia para a retirada da balada, felizmente ela teve êxito, pois não havia atingido nenhum órgão vital. E agora você ficará de repouso.
- Quando terei alta? -perguntei pensando em quando poderia atrás de Jade e me explicar.
- Vamos com calma, você acabou de ser baleado! -ela me lembrou- Em breve realizaremos mais exames, e quem sabe eu possa estipular um prazo.
- Tudo bem.
- A propósito, seu coronel está aí fora, John Marshall, eu o conheço, sei que não é fácil, -ela revirou os olhos e eu sorri- Só deixo ele entrar se você concordar e confirmar que tem condições. 
- Pode manda-lo entrar. -suspirei cansado de não poder fugir do que vinha pela frente.






I'M BACK GIRLS!

Gente, estamos há mais de um ano sem postar, e a culpa é única e exclusivamente minha (Bia), continuem amando a Sabrina! Eu me mudei, comecei a faculdade e aconteceram milhões de coisas na minha vida, e eu acabei deixando a fic completamente em segundo plano, me perdoem, de verdade!
Espero que vocês gostem do capítulo, apesar de curto, e continuem acompanhando essa história com a gente, vocês são importantes demais <3

Não posso prometer uma periodicidade, mas assim que der eu volto!

Beijinho 



domingo, 13 de março de 2016

Capítulo 23 - He is a police






O recado no final é importante, leiam, por favor!


Jade POV

Depois de ouvir todas aquelas coisas daquela mulher interesseira, e despejar sobre ela todas as verdades que estavam presas na minha garganta, eu saí dali em passos firmes, sem olhar para trás, deixando-a.
Rever a pessoa que me gerou e teve a coragem de me abandonar, de me trocar por uma vida ao lado de um homem qualquer, era doloroso; mas era pior ainda saber que ela não havia se arrependido, ela não havia voltado por minha causa, era só por dinheiro, sempre foi.
Eu estava com raiva, e até sentia pena por Katherine ser uma pessoa tão desprezível!

Dirigi submersa em meus pensamentos, angustiada com eles, e quando me dei conta estava estacionando bem em frente ao prédio do Neymar. Fiz o percurso tão distraída que nem percebi, mas era dele que eu estava mais precisando naquele momento. Por mais difícil que fosse para mim demonstrar fraquezas, eu estava frágil e isso tudo era doloroso, mesmo que eu não quisesse transparecer, essa era a verdade.

Neymar POV

O som da campainha soou pelo meu apartamento, e mentalmente xinguei Gregory, o porteiro preguiçoso, que na maioria das vezes nem se da ao trabalho de interfonar. Deixei o conforto do meu quarto, e o programa esportivo que eu assistia, e caminhei com preguiça até o andar inferior, ao abrir a porta foi que eu me surpreendi. Era Jade quem estava ali, e não era só isso, ela estava chorando. Assim que não havia mais nada entre nós, ela se jogou em meus braços, e eu a recebi em um abraço apertado, tentando atenuar seja lá o que ela estivesse sentindo, afaguei seus cabelos, ainda com meus braços em volta do seu corpo, e sussurrei para acalma-la.

- Está tudo bem, Jade, tudo bem. Eu estou aqui! -continuamos na mesma posição, até que ela tomou a iniciativa de sair do meu abraço e me olhar de frente. Seu choro havia parado, mas isso não significava que ela estava bem- O que houve? -passei meu polegar por sua bochecha, acariciando e observando seu rosto.
- A mulher que me fez voltou. -disse com mágoa.
- Como assim? A sua mãe voltou?
- É, na verdade ela só deveria ser minha mãe, na prática a história é outra.
- E cadê ela? Por que você ta chorando? -peguei sua mão, guiando-a até o sofá, onde nos sentamos um de frente para o outro.
- Se lembra da mulher loira que andava me seguindo? -eu assenti- Então... -deixou a frase no ar, enquanto seus olhos marejavam novamente.
- Como você descobriu?
- Ela me contou, estávamos juntas agora.
- Certo, mas não entendi direito porque está chorando, ela voltar não deveria ser bom?
- Digamos que eu deixasse de lado o fato dela ter me abandonado ainda bebê, e focasse na sua volta, mesmo assim seria uma merda. -Jade suspirou- Ela voltou pra buscar dinheiro, não por arrependimento ou coisa do tipo.
- Isso significa que ela não merece nem que você se sinta mal por causa dela!
- Eu sei, eu odeio me sentir assim. Mas é difícil, sabe? Quando eu era criança eu tinha minha tia, mas fui crescendo, me tornei adolescente e comecei a entender melhor as coisas. Por mais que eu guardasse muita mágoa, no fundo, eu ainda tentava criar justificativas para ela ter ido. E hoje, eu descobri que eram tudo ilusões infantis, e que essa mulher é realmente horrível! -as lágrimas voltaram a rolar pelo rosto dela, e ao vê-la nesse estado eu sentia como se meu coração estivesse se quebrando.
- Eu estou aqui pra você, não precisa chorar. -sequei suas lágrimas com delicadeza- Estou com você, Jade! -afirmei encarando seus olhos verdes molhados, e a abracei outra vez.

Jade POV

Aquelas palavras de segurança, e o calor da pele dele eram o que eu precisava. Neymar me deixava a vontade o suficiente para desabafar e ficar totalmente a vontade com ele. Era surreal o quanto aquele homem me fazia bem, e eu só queria ele naquele momento.
Desfiz abraço, colando nossos lábios em seguida.

- Só me faz esquecer isso, por favor, eu quero você! -afirmei parando o beijo, e no fim da frase o beijei novamente, passando minhas unhas por sua nuca. Subi no colo dele empurrando seu peito até suas costas encostarem no sofá. Neymar colocou suas mãos por dentro da minha blusa agarrando minha cintura, ele ficou de pé tão rápido que mal tive tempo de me agarrar a ele, Neymar pôs as mãos na minha bunda e me carregou até o quarto. Ele mal tinha me colocado na cama e nós já estávamos arrancando nossas roupas foras.  Eu estava ofegante só de sentir a trilha de beijos que ele fazia do meu pescoço até meu ventre, então eu senti sua língua quente, bem lá embaixo fazendo círculos lentos. Agarrei os cabelos dele quando seus lábios prenderam meu clitóris. Gemi. Algo estava vindo, me concentrei naquilo que eu tanto queria e senti meu clitóris pulsar. Ainda estava ofegante e de olhos fechados quando Neymar começou  a me beijar. Criei forças, mas ainda estava mole, derrubei seu corpo na cama e subi em cima dele. Eu sentia meu sexo quente e molhado. E naquele momento eu só pensava em ter o Neymar dentro de mim. Agarrei seu membro e o masturbei devagar. Ele soltou um ruído mordendo os lábios. Passei a cabeça do seu pau na minha entrada e gemi. Ele era ainda mais gostoso sem nada entre nós. Fui descendo no seu membro bem devagar...

- Jade...
- Shhh... confio em você, confie em mim. – eu sentia seu membro me preenchendo ainda mais.
- Você é minha ruína. – sorri do seu drama.
- Relaxa... sente como isso é bom. – senti que ele estava todo dentro de mim. Mordi seu pescoço beijando seus lábios. Comecei a me movimentar para frente e para trás, me esfregando bem devagar nele. Seus dentes prenderam meu lábio inferior os puxando e logo em seguida ele os chupou. Seus dedos beliscavam meus mamilos e eu só ficava mais e mais molhada.
- Você vai acabar comigo, Jade. – sua voz era tão rouca que me fazia arrepiar. Nossos olhos não perdiam o contato visual. O verde dos seus olhos estava escuro. – Jade... eu...
- Shh... – cada segundo que se passavam só nos deixa loucos. Eu não conseguia me segurar, os gemidos altos eram em vão. Neymar gostava de me ouvir e não fazia questão de esconder sua satisfação. Meu corpo já ficava arrepiado e mole, eu não conseguia ouvir mais nada ao nosso redor, apenas meus gemidos e as palavras sujas que Neymar falava. Gozei pela segunda vez. Neymar me tirou de cima dele e começou a se masturbar, ele estava perto. Tirei suas mãos do seu membro e o coloquei na boca, comecei a suga-lo até que senti seu gozo descer garganta abaixo. Estávamos suados. Cai em cima dele, ouvindo seu coração frenético. Ele estava ofegante e eu também. Neymar me abraçou e beijou meus cabelos, me aconcheguei em seus braços e ali ficamos, sem falar nada. E nem precisava, eu estava onde queria, com quem queria, e por mim não sairia dali tão cedo. Se isso não é estar no paraíso, eu não sei dizer o que é. Pois aqui, nesse quarto, nessa cama e nesses braços, é o meu paraíso. E ninguém pode me dizer ao contrário. Nada nem ninguém me trazem mais paz que esse homem. É aqui onde me sinto segura, nesses braços que me cercam, nesse calor que me aquece, e é esse coração frenético que ouço que eu amo.
Nossos olhos não deixavam de encarar uns aos outros, já estávamos deitados frente a frente, e sua mão passeava pelo meu rosto em toques suaves. Era indescritível a imensidão de bons sentimentos que ele despertava em mim.

- O que foi? 
- O que foi o que? -sorriu.
- Fica me olhando. -expliquei e seu sorriso se alargou.
- Acho que eu não deveria dizer...
- Deveria sim, por que não?
- Não quero que se sinta pressionada.
- Neymar, -suspirei, acariciando seu rosto- é só dizer.
- Talvez eu...talvez eu ame você. -admitiu com certo receio, mas eu nunca poderia ter ouvido algo melhor.
- Talvez? 
- Não. Eu amo você! -afirmou com convicção e sorriu. Suas palavras eram como uma fonte de luz para mim, que só trazia paz e uma felicidade imensurável. Eu só queria ficar para sempre ao lado dele, ele que me fazia sentir o que ninguém jamais foi capaz, ele que me mostrou o amor. 
Cheguei mais perto, abraçando-o novamente, ficando com o rosto na curva de seu pescoço, e me embriagando em seu cheiro, o melhor de todos os aromas. Não sei quanto tempo exatamente nós ficamos abraçados, mas eu estava quase adormecendo, quando sua voz soou, chamando minha atenção.

- Por que nós não vamos tomar um banho juntinhos? -mesmo sem vez seu rosto, eu sabia que a pergunta havia feita em meio a um sorriso. 
- Gostei da ideia, mas vai indo na frente. -respondi, me deitando ao lado dele novamente.
- O que foi? Cansei você? -perguntou dando um sorriso.
- Acho bom é você ir se preparando para o segundo round quando eu entrar naquele banheiro. -mordi o lábio, e ele riu de forma maliciosa, balançando a cabeça negativamente. Ele levantou em seguida, me dando ampla visão de sua excitação, rumando para o banheiro. 
Permaneci pelo menos mais uns cinco minutos deitada, até me levantar e ir ao seu encontro. Assim que coloquei meus pés no chão, e dei o primeiro passo, notei algo estranho no assoalho amadeirado que era sempre tão brilhoso. Quando pisei, a tábua se mexeu, era como se tivesse sido tirada de lá, e colocada da forma errada, aquilo me despertou curiosidade.

- Jade...já estou cansado de esperar, amor. -Neymar gritou de dentro do banheiro, competindo com o barulho da água do chuveiro. Sorri com suas palavras.
- Já estou indo! -gritei de volta, ouvindo ele reclamar algo que não entendi. Eu realmente pensei em ignorar aquela tábua idiota e seguir ao encontro dele, mas não foi isso que fiz. Puxei um dos lençóis brancos da cama, e o prendi em volta do meu corpo, em seguida me sentei no chão, e tirei a madeira de seu lugar, percebendo, assim, que ela funcionava como uma espécie de tampa, escondendo um fundo falso. Lá dentro, encontrei uma pasta grossa, cheia de papéis, uma pistola carregada, e um distintivo reluzente do Serviço Secreto Britânico. O que era aquilo, e por que Neymar estava escondendo em seu quarto? 
Abri a pasta, para procurar ali alguma explicação, mas encontrei outra coisa. Na primeira folha que peguei havia uma lista de informações, e aquelas informações eram sobre mim; da minha altura aos meus horários e hábitos, estava exatamente tudo impresso ali, e um clipes de papel prendia algumas fotos minhas, fotos que pareciam ter sido tiradas por paparazzis. Vasculhei mais, achando mais listas de informações, dessa vez eram do Matthew e dos meninos, juntamente com fotos, semelhantes as minhas. O detalhe era que todas essas folhas possuíam o brasão da Inglaterra impresso na parte de cima, evidenciando que aqueles eram documentos oficiais. 
Uma arma, um distintivo do Serviço Secreto, documentos oficiais repletos de informações sobre nossa quadrilha, Neymar surgir do nada na minha vida. Comecei a juntar as peças...e não, não, não podria ser! 
Neymar era um policial, um policial que carregava a missão de prender a minha equipe, de prender a mim. E pior, um policial pelo qual eu estava perdidamente e completamente apaixonada. O desgraçado estava brincando com os meus sentimentos, para, no fim, me jogar dentro de uma cela de um presídio para que eu apodrecesse por lá.
Como eu podia ter sido tão burra, tão cega? Matthew estava certo o tempo inteiro! Neymar nunca me amou, ele não passava de um mentiroso que estava me usando. Senti lágrimas rolando pelo meu rosto, e sua voz me tirou dos meus pensamentos.

- Amor, você demorou demais, vim te buscar, e...-ele parou de falar, provavelmente havia reparado na cena. Levantei meu rosto para olha-lo. Neymar, com uma toalha preta em volta da cintura, me olhava com a expressão mais assustada que eu já vi, e estava até pálido- Jade, eu posso explicar! -caminhou na minha direção, mas eu me levantei, dando passos para trás, e posicionando a pistola em sua direção.
- Pode explicar o que? Que você mentiu, que você só fez esse tudo para me prender, seu filho da puta! -gritei, as lágrimas já estavam descontroladas.
- Não, não é nada disso. Eu te amo! -fechei meus olhos, aquelas palavras me feriram como facadas, ele era um mentiroso.
- Eu confiei em você, Neymar. Eu confiei! -eu ainda gritava, não possuía mais muito controle sobre minhas ações.
- Eu largo tudo, eu prometo, eu largo! -juntou as mãos, realmente implorando.
- Você colocou em risco todas as pessoas que eu me importo! -direcionei a arma na direção de seu peito, minhas mãos estavam trêmulas, meu corpo inteiro estava, e eu ainda chorava.
- Jade, por favor, eu posso explicar. Confia em mim! -seus olhos verdes marejaram.
- Você me traiu, Neymar! -afirmei, e num impulso, puxei o gatilho. Eu atirei. Eu baleei o homem que eu amo!







Meninasssss, desculpem a gente pela demora. Mas nós duas trabalhamos bastante nesse capítulo pra ele sair do jeito que imaginávamos, então, esperamos de verdade, que vocês gostem!

Eu (Bia), queria falar um pouquinho com vocês. No próximo fim de semana eu vou me mudar para a faculdade, vou morar "sozinha", e isso quer dizer que meu tempo livre vai diminuir e muito! Na próxima semana não vai ter como postar, é a última semana com minha família e meus amigos, então preciso aproveitar muito, e no domingo vai ser meu primeiro dia na cidade nova, realmente eu espero que vocês entendam! Prometo que tentarei escrever o mais rápido possível. Não nos abandonem, amamos vocês! 

Qualquer coisa falem com a gente no twitter da fic @fanficsnjr_, ou no meu @pridenjrtw

E quem quiser, pode deixar o nome e o número, pra entrar no grupo de leitoras/escritoras mais doido e amado, nosso Readers. Enfim, beijo

quinta-feira, 3 de março de 2016

Capítulo 22 - I'm your mother





Neymar POV

A caminhada até o parque levou apenas alguns minutos, mas foi feita em silêncio, enquanto nossas mãos continuavam unidas. Eu sentia que Jade precisava de algo, ela normalmente não ficava muito tempo sem suas frases sarcásticas, ou algum comentário que me insulte.
Nós já caminhávamos por entre a grama e as árvores, quando ela seguiu até um dos bancos de madeira dali, me levando para sentarmos um de frente para o outro. Eu fiquei observando-a fazer um coque no cabelo, enquanto seu olhar estava fixo no chão, e eu já sentia falta de admira-lo.

- Jade? -chamei sua atenção- Está tudo bem? -perguntei mesmo sabendo que a resposta era negativa.
- Uhum...-ela disse após alguns segundos- Está, sim.
- Não, eu sei que não está! -acariciei seu rosto- Me conta o que houve?
- Não houve nada, Neymar. -desviou seu olhar do meu novamente.
- Você está triste, Jade, te conheço o suficiente pra saber disso.
- Não quero falar sobre isso. -mordeu o lábio, tensa.
- Então tudo bem, nós vamos ficar aqui até você melhor
ar. -afirmei com um pouco de humor na voz, trazendo seu corpo para junto do meu, onde ela deitou a cabeça no meu ombro.
- Merda! -ouvi ela xingar, depois de um minuto ou dois.
- O que? -questionei, vendo-a se virar para mim outra vez.
- Confio demais em você para não me abrir. -ela confessou, e ouvir aquilo me abalava por dentro, eu estava sendo tão desonesto com ela.
- Então é só me dizer, loirinha...Ok, me desculpe, nada de diminutivos. -disse na tentativa de vê-la sorrir, e consegui.
- Se lembra da mulher loira que te falei e você viu? -assenti após sua pergunta- Hoje mais cedo, fui ao shopping com a minha tia, e ela surgiu novamente. O estranho foi que minha tia parecia conhece-la, deixou escapar até seu nome.
- E o que isso quer dizer?
- Eu não sei. -passou as mãos pelo rosto- Quando eu perguntei quem era ela, e se minha tia a conhecia, ela disse que não e fugiu das minhas perguntas. Mas era mentira!
- Você ficou mal porque ela não quis contar a verdade?
- Não. Uma hora ou outra eu vou descobrir a verdade, eu sempre descubro. O problema é que depois disso ficou um clima horrível entre nós duas. Brigar com o Matthew ou com a minha tia, acaba comigo. -desabafou e suspirou.
- Duvido que vocês fiquem nesse clima por muito tempo, ainda mais sendo tão super protetora como sua tia é.
- Mas de qualquer forma, ela mentiu pra mim, e tem que haver um motivo. -Jade era tão perspicaz em sua curiosidade que chegava até ser engraçado.
- Ou vai ver ela não mentiu mesmo.
- Vamos mudar de assunto? -ela bufou frustrada- Porque já estamos parecendo aqueles casais compreensivos, doces e carinhosos. -ela disse a frase sem preocupações e eu sorri.
- Então nós somos um casal? -perguntei ainda sorrindo, eu era um babaca, só podia ser.
- Quem disse casal? -ela se flagrou e prendeu o riso.
- Você mesma! -ri, indo beijá-la, mas ela desviou, beijei então seu rosto, e fui descendo para o pescoço, enquanto ouvia seu riso.
- Sai daqui, garoto! -Jade me empurrou, a olhei de frente, enquanto ela ainda ria. Como alguém podia ser tão linda?- Valeu pelo papo, mas vou dar uma volta. -ela avisou e se levantou, mas segurei seu braço.
- Espera aí, onde você vai?
- Não te devo satisfações, Neymar. -disse séria, e eu até estranhei, mas ela riu, provavelmente da minha cara- Só vou dar uma volta, preciso fumar e não tô afim do seu mimimi. -foi a minha vez de rir da forma enojada que ela usou. 
- Mas poxa, eu sei uma coisa melhor pra você fazer com essa boca. -afirmei, ficando de pé na sua frente.
- E o que é? -Jade passou seus braços pelo meu pescoço, enquanto exibia um sorriso malicioso.
- Me beijar. -sussurrei em seu ouvido e ouvi seu riso, ao passo que seu corpo se arrepiava. A encarei novamente, e tomei a iniciativa de beijá-la, mas foi um beijo breve- Vem, quero te levar em um lugar. 

[...]


Jade POV

Neymar passou seu braço pelos meus ombros, enquanto caminhávamos de volta para a minha casa, onde seu carro havia ficado estacionado em frente. 
Assim que ele deu partida, começou a fazer um caminho que eu desconhecia, mas não questionei. O rádio estava desligado, e nós não trocávamos muitas palavras, mas o silêncio que imperava ali não era ruim, pelo contrário, sua mão livre ficou repousada sobre minha coxa sempre que pôde, e só o calor de sua pele já era suficiente.

Não entendi bem o que estávamos fazendo em uma casa de jogos quando ele estacionou.

- O que estamos fazendo aqui? -perguntei quando saímos do carro, praticamente ao mesmo tempo.
- Achei que algo diferente fosse bom pra distrair esses seus pensamentos. -explicou, já parado na minha frente. E eu não estava acreditando que ele estava mesmo empenhado a me ajudar em uma crise familiar.
- Ta me zoando? -ele riu e negou com a cabeça.
- Gosta de paintball? 
- Neymar, eu sou a rainha do paintball! -afirmei e ele gargalhou, aquele som era melhor do que qualquer um dos meus rocks favoritos, sem dúvidas.
- Vamos ver se você é isso tudo mesmo, Elizabeth do paintball! -eu ri dessa comparação ridícula enquanto entrávamos.

Obtivemos todas as informações no balcão de atendimento, onde eu também descobri que o jogo não se tratava de paintball convencional, o que deixava a participação de apenas duas pessoas muito aceitável. Não receberíamos armas munidas de bolas de tintas, mas sim uma espécie de bolsa cheia delas, e quem saísse mais sujo de tinta, perderia a partida. 
Neymar pagou pelo jogo, e eu nem me opus, em pouco tempo já havia descoberto que nunca venço discussões desse tipo com ele. 
Dois funcionários nos acompanharam, e eu me dirigi ao vestiário feminino, onde havia um macacão totalmente branco, que cobria completamente meu corpo, também tive que calçar uma bota específica e colocar um óculos de proteção, estava me sentindo um daqueles médicos que trabalham em áreas de quarentena. Um alarme tocou, avisando que eu poderia sair, prendi meu cabelo em um rabo de cavalo, peguei minhas bolas de tinta, e saí pela porta que me levaria a arena do jogo. Era um lugar com grama, areia, montes de palha, e uma infinidade de lugares para usar como proteção, as marcas de tinta por toda a parte deixava uma boa sensação, e o fato de ser ao ar livre ajudava bastante.

Comecei a caminhar ali com cautela, na esperança de Neymar fazer algum barulho que entregasse sua posição. E isso nem foi necessário, de repente ele surgiu, alguns metros longe de mim, suas bochechas estavam pintadas com risquinhos de tinta preta, e ele riu, era impressionante o quanto era um idiota, um idiota pelo qual eu estava oficialmente apaixonada. Joguei uma bola nele, que se esquivou e correu enquanto eu jogava mais algumas, que também não o acertaram.

[...]

Eu já estava ficando cansada de correr dele e atrás dele, mas estava sendo extremamente engraçado, até que Neymar me encurralou em uma parede, e riu quando me viu perceber que só restava uma bola. Peguei-a e despejei a tinta contra seu peito ofegante.

- Esse foi seu ataque fatal? -riu, essa era a primeira, que de fato, acertava nele- Acabou? 
- Você vai ver na próxima! -ri.
- É uma pena que eu não vou poder deixar pra próxima! -riu e despejou uma bola de tinta vermelha bem em cima da minha cabeça, deixando meu cabelo todo daquela cor, e foi fazendo coisas parecidas com todas as outras bolas de tinta, certo, eu perdi, entre muitas risadas, mas perdi.
- Você é um cretino! -rimos juntos enquanto eu limpava o rosto com a manga do macacão e ele ajudava. Encarei seu rosto com aquele sorriso e só tive vontade de beijá-lo, e foi o que eu fiz, com ou sem tinta, o importante foi que ele correspondeu à altura, me encostando na parede novamente e dando profundidade ao beijo, que encerramos depois de não conseguirmos mais prolongar.
- Quer dizer que eu ganhei da rainha do paintball? -perguntou rindo.
- Não foi bem assim. -ri enquanto ele me dava um selinho.
- Então foi como?
- Não foi bem assim. -afirmei outra vez e ele riu.
- Admite, Jade. Pode falar! 
- Você ganhou da rainha do paintball. -confirmei, falando bem rápido e revirei os olhos.
- Como é que é? 
- Você ouviu, vai se foder! -rimos.

[...]


A primeira coisa que eu fiz, após o Neymar me deixar em casa, foi tomar um banho para me livrar de toda aquela tinta do cabelo. Meu corpo, graças ao macacão, não estava pintado, o que era ótimo no fim das contas. 

Depois de um dia tão cheio, eu estava exausta, e assim que saí do banho, fui secar meu cabelo, para poder cair logo na cama. Me concentrei na tarefa, e só me distraí quando vi minha tia pelo espelho, parada atrás de mim, no batente da porta do banheiro. Desliguei o secador e me virei de frente para ela.

- Nós podemos conversar? -ela perguntou logo, em um tom calmo.
- Claro. -afirmei me encostando na pia.
- É sobre o que houve hoje. Quero te pedir que não fique procurando coisas onde não há.
- A senhora me diz quem é aquela mulher e eu paro. 
- Jade, não tem necessidade de dizer nada pra você. -suspirou frustrada.
- Como não? Aquela mulher anda me perseguindo, será que eu não mereço saber quem é? -perguntei irritada, mas sem me alterar.
- Você confia em mim?
- Que pergunta!
- Confia, Jade?
- É claro que sim!
- Então ouça quando eu digo que é melhor deixar isso pra lá. Você e seu primo são tudo que eu mais amo nessa vida, eu só quero que acredite que tudo que faço é pro seu bem!
- Eu não to entendendo o rumo que essa conversa tomou. -admiti.
- Não importa agora. Eu só não quero que nós duas fiquemos em um clima ruim e pesado, nós não somos assim. Agora vem me dar um abraço. -ela sorriu enquanto abria os braços, e eu não contive meu sorriso ao ir abraça-la.
- Sabe que eu não vou parar né?
- Só não quero que você se machuque. -desfizemos o abraço- Eu amo você. -beijou o topo da minha cabeça e saiu do meu quarto. 

Fui me deitar com os pensamentos ainda mais confusos depois de tudo que 
aconteceu, a única certeza que eu tinha, era que quando aquela loira resolvesse aparecer no meu caminho novamente, ela não sairia sem antes esclarecer todas as minhas dúvidas.

[...]

Duas semanas se passaram. Minha tia, e o Jota já haviam voltado para suas casas, e Neymar parecia com muito mais tempo livre, já que estávamos nos vendo com muito mais frequência, e eu não posso reclamar disso. 
Nós nos damos bem, apesar de personalidades completamente opostas, sempre fazemos o melhor sexo da minha vida, e não há nenhum tipo de pressão nessa relação, ou seja lá o que for isso. Definitivamente Neymar me faz bem, como eu jamais imaginaria que pudesse fazer. 

[...]

Lá estava eu, sentada em uma mesa externa do Starbucks, esperando o Frank, um dos nossos clientes, que marcou o encontro para tratarmos de uma encomenda. Pedi alguns muffins, e esperei enquanto já bebia meu frappucino, e notava pelas horas que ele já estava vinte minutos atrasado, mas até que era tolerável. Foi então que meu celular de negócios me notificou que havia chegado uma mensagem, era do Frank, se desculpando por não poder ir, e querendo remarcar, sem mais delongas eu concordei, e marcamos uma nova data.

Meu nome foi chamado e eu peguei os meus muffins, voltando a me sentar de frente para rua, era um fim de tarde ensolarado, e o sol começava a querer se pôr, e as ruas estavam repletas de veículos e pessoas, por causa do horário de pico. E foi exatamente nesse momento que meus olhos viram a mulher loira, que não dava as caras desde o dia no shopping, passar em frente a cafeteria sem me notar.

- Ei -me levantei, indo atrás dela- Ei, Katherine!
- Jade? -ela parou, me olhando surpresa, enquanto eu a alcançava- Você vindo atrás de mim? -ela sorriu.
- Na verdade, eu até achei estranho você ter desaparecido.
- Sentiu minha falta?
- Eu nem sem quem é você! -joguei na cara dela- E é exatamente por isso que eu estou aqui agora, você vai me dizer quem é, e de onde conhece minha tia! 
- Eu sabia que essa hora chegaria. -suspirou satisfeita- Tem certeza que quer falar disso no meio da rua?
- Vamos sentar ali. -apontei para a mesa onde eu estava no Starbucks, e nós seguimos para lá em silêncio.
- Pode começar. -afirmei assim que nos sentamos.
- Bem...não é só sua tia que me conhece, seu pai também me conhecia. -juntei as sobrancelhas- Nós éramos jovens, ele estava começando na vida que você sabe que ele levou, junto com seu amigo 
Lewis.
- E daí? -queria que ela fosse direto ao ponto, eu estava mais do que curiosa.
- Seu pai e eu tivemos um relacionamento.
- Ah, mas é claro! Como eu não pensei nisso antes? Você é uma ex do meu pai que acha que tem algum poder sobre o dinheiro que ele deixou.
- Jade, você não está entendendo...eu sou sua mãe! -ela afirmou com naturalidade, e foi como se eu tivesse levado um tiro, a mulher que havia me abandonado estava bem ali na minha frente.
- Vo-você o que? -gaguejei, meu cérebro ainda estava processando aquela informação.
- Me deixa te explicar. -eu estava perplexa demais, então só fui deixando ela falar- Quando Norman e eu fomos morar juntos, eu comecei a ter um caso com o Lewis, e quando descobri que estava grávida eu nem tinha certeza de qual dos dois era o pai, mas como seu pai era meu parceiro oficial, ninguém além de mim tinha essa dúvida. Quando você nasceu, eu mesma providenciei um exame de dna em sigilo. -ao ouvir isso eu senti um calafrio, não, não por favor.
- E o meu pai, ele é...?
- Fica calma, o exame constatou que você é sim filha do Norman. Eu só queria que você entendesse meu lado, eu estava apaixonada pelo Lewis! 
- Entendesse o seu lado? -ri irônica e nervosa- Pois bem, vamos analisar o seu lado: uma mulher que se envolveu e iludiu um homem que não amava, no caso o meu pai, só porque ele lhe fornecia uma ótima estabilidade financeira; iniciou um caso com o melhor amigo dele, e quando engravidou, abandonou o bebê que gerou, com apenas seis meses de vida, só para fugir com o seu amorzinho. É claro que eu entendo você, mamãe. -usei todo sarcasmo que consegui.
- Filha...
- Não abre essa sua boca pra me chamar assim! -disse mais alterada e algumas pessoas ao redor nos olharam.
- Jade, querida, eu preciso da sua ajuda.
- Eu já imaginava, você quer dinheiro, não é?
- Bem, o Lewis foi preso por estelionato há três meses, eu estou em uma situação difícil, e...-a interrompi.
- Vem atrás de mim após quase 24 anos pedir dinheiro? Você é desprezível! Eu tenho uma mãe, e ela se chama Grace Mitchel!
- Mas, Jade, tenta me entender, por favor!
- Fique longe de mim e da minha família, eu tenho nojo de você, Katherine!





Lembram quando eu falei que a temporada de tretas estava aberta? hahaha
Comentem, até domingo, beijinhos

sábado, 27 de fevereiro de 2016

Capítulo 21 - Who is this woman?






HAPPY BIRTHDAY, LUIZA

Neymar POV

Não demorou muito até que o telefone sobre minha mesa tocasse, e assim que eu atendi, a voz de Jenny avisou que o coronel estava a minha espera.
Saí da minha sala rumo a principal daquele escritório. Sua secretária anunciou minha chegada pelo telefone, ajeitei a gravata, respirei fundo, e ainda cheio de receio bati na porta, e entrei assim que sua voz autorizou.

- Quer falar comigo, agente? -Marshall perguntou assim que me viu, ainda sentado.
- Bom dia, senhor. -cumprimentei- Sim, preciso tratar de um assunto.
- Sente-se e seja breve, tenho uma reunião dentro de alguns minutos! -ele usava sempre um tom tão rude que eu já havia acostumado.
- E-eu...-gaguejei enquanto me sentava.
- Rápido, agente! -me apressou.
- Preciso de uma licença! -disse sem demora e o coronel ergue as sobrancelhas.
- Uma licença? -recostou no encosto da cadeira, entrelaçou os dedos das mãos e continuou a me encarar- Por que exatamente?
- Bem, talvez algumas coisas tenham fugido do controle durante a missão na qual estou trabalhando, e...
- Quais coisas fugiram do controle? -me interrompeu outra vez, seu tom estava mais para irônico do que para curioso.
- Nada com o que tenha que se preocupar. -engoli em seco, tenso- São apenas alguns problemas pessoais.
- Isso é curioso, sabe, agente. Você sempre foi muito eficiente, solucionou inúmeros casos, prendeu grandes nomes masculinos -ele frisou a palavra- do crime. O que pode estar havendo agora? É muito mais difícil concluir uma missão que envolve uma mulher em um grande cargo? -suas perguntas ainda estava carregadas de sarcasmo, e claramente Marshall estava desconfiado de mim.
- Não, não, senhor! Se trata realmente de problemas pessoais. Mas eu já me envolvi nessa missão, seria até arriscado mandar outro agente se infiltrar, eles desconfiariam de vários estranhos aparecendo do nada.
- Então você precisa de um tempo afastado da missão?
- Exatamente. Resolverei esses problemas, e voltou para concluir a missão, afinal, esse é meu trabalho. -eu estava mentindo tão bem que já estava começando a acreditar, mas mentir também era meu trabalho.
- Hum...-ele resmungou- Certo, Neymar. -o que está havendo? Ele nunca me chama pelo primeiro nome- Vou assinar os papéis necessários para essa sua licença temporária. Use o tempo que julgar necessário, mas seja o mais breve possível.
- Claro, senhor. Obrigado! -agradeci e ele apenas acenou com a cabeça- Com licença. -me levantei rumo a porta, mas antes de abri-la, sua voz soou pela sala.
- Agente?
- Sim? -me virei para ele.
- Enquanto estiver fora não esqueça que você é um agente da lei, e que seu trabalho é fazer com que a lei se cumpra! -disse com a voz carregada de mistério, e se segundos atrás eu me sentia mais leve, essa sensação desapareceu.
- Não esquecerei, senhor. -disse rápido, e mais rápido ainda saí dali.

Jade POV

Ainda dormia despreocupadamente, quando algo bateu no meu rosto, quando retomei a consciência notei que era Alicia se mexendo na cama, fazendo seu braço bater em mim, vadia.

- Porra, Alicia! -empurrei ela.
- Hum. -apenas resmungou em resposta, e em seguida o toque do meu celular ecoou no quarto. Peguei-o, vendo que era minha tia.
- Alô, tia?
- Querida, -pelo tom de voz eu sabia que ela havia sorrido- preciso que me busque no aeroporto.
- Ué, a senhora está em Londres?
- É óbvio, Jade! -riu.
- Não me pressiona, acabei de acordar.
- Logo você? São nove e quarenta da manhã.
- Longa história. Mas precisa de carona, não é a senhora que ama nos fazer surpresa?
- Sim, mas pensei porque gastar com táxi se tenho dois empregados ao meu dispor. -rimos.
- Estou indo, tia.
- Estou esperando, beijo.
- Vai embora? -Alicia, já acordada, perguntou com a voz rouca, assim que eu desliguei.
- Vou buscar minha tia.
- Quer meu carro?
- Não precisa, vou ligar para o Matthew.
- E eu vou voltar a dormir. -ri vendo-a virar para o outro lado. Liguei para o meu primo, e fui até o banheiro para o escovar os dentes com uma escova extra que havia ali, ajeitei o cabelo, e até que Matt não demorou muito para me mandar uma mensagem avisando que havia chegado.

[...]

-Mãe, tô com fome. -Matt reclamou, assim que chegamos em casa, após buscá-la.
- Idaí, garoto? Não sou sua empregada.
- Se fodeu! -eu disse e ri.
- Jade! -ela me repreendeu com um olhar.
- Vai, otária! -Matthew me provocou e riu.
- Mas, tia, sério, também tô com fome.
- No máximo eu posso fazer o almoço, agora vocês que se virem.
- Olha como é, Jade, você da carona e abrigo, e a pessoa te trata assim. -meu primo dramatizou.
- É verdade, não se fazem mais pessoas como antigamente. -concordei, segurando o riso.
- Vou quebrar a cara de vocês dois! -minha tia ameaçou, nos fazendo rir.
Tomei café da manhã por ali mesmo, com o Matt, nos viramos com sanduíches de salame e foi o que deu. Depois da refeição, eu só assisti televisão por alguns minutos, até fazer a digestão, e me troquei, indo ao porão treinar.

[...]

Na parte da tarde, como prometido, minha tia preparou o almoço, sua macarronada especial, que não existe coisa mais gostosa no mundo, e nós três comemos juntos, dominados por um ótimo clima e ambiente familiares.

- Jade? -minha tia colocou a cabeça para dentro do meu quarto, onde eu estava quase dormindo.
- Tô dormindo, tia.
- Então acorda, precisamos sair.
- Nem vem, segunda vez que a senhora me acorda no mesmo dia.
- Não cansa minha paciência, menina. -disse toda impaciente e eu quase ri.
- O que foi?
- Vamos no shopping? -sorriu amarelo.
- Pra que?
- Pra pescar por lá, sabia que da? -ironizou.
- As vezes eu esqueço a quem o Matthew puxou. -afirmei e ela riu.
- Anda, meu amor. A tia ficou doida e contagiada pelo clima da Flórida só trouxe roupa fresca, preciso comprar alguns agasalhos.
- A senhora é a pior. -me levantei com preguiça, rumo ao banheiro.
- Também amo você. Em vinte minutos lá em baixo, ein? -assenti, enquanto ela fechava a porta.

[...]

Quando o convite de ir ao shopping chegou, eu já imaginava que andaríamos bastante, mas não que fôssemos entrar em, praticamente, todas as lojas, e que minha tia fosse experimentar tantas coisas, de camisetas a casacos de pele.
No fim das contas, acabei dando um perdido nela, e apenas avisei que ia à loja de CDs. Quem compra CDs em terra de iTunes e Spotify? Eu mesmo! Cópias físicas, são cópias físicas, isso sem citar o quanto é agradável estar em uma dessas lojas, onde em um mesmo corredor você se perde nas discografias de bandas maravilhosas.
Carregada com duas sacolas de CDs de rock antigo, eu saí da loja, e assim eu eu fiz isso, esbarrei em uma mulher.

- Desculpa! -pedi automaticamente, mas quando a olhei, percebi que aquilo só podia ser algum tipo de brincadeira. Era novamente aquela mulher loira.
- Imagina, flor. -ela sorriu.
- Ah, é você de novo.
- Você parece que nunca gosta de me encontrar. -soltou um risinho.
- Adivinha só? Você acertou! -sorri irônica. 
- Jade, quem é sua amiga? -minha tua surgiu ali, com tantas sacolas que mal podia andar.
- Não, tia, nós só esbarramos. -expliquei, e a loira se virou, ficando frente a frente com a minha tia. E eu podia jurar que imediatamente ela ficou pálida, o branco de sua perdeu ainda mais a cor, enquanto seus olhos se arregalaram, fixos na mulher loira. Isso era no mínimo muito estranho.
- Katherine? -a palavra escapou de seus lábios entre abertos. Não pude notar a reação facial da loira, mas no mesmo instante ela saiu de perto de nós em passos rápidos.
- Tia? -chamei sua atenção, ainda sem entender o que havia acabado de acontece- Ta tudo bem? Quer água?
- Não, não, não precisa, querida. -respondeu ainda visivelmente desnorteada.
- A senhora conhece ela?
- Vamos embora, Jade! -ela parecia nem ter ouvido minha pergunta, e saiu caminhando, lhe acompanhei.
- Tia? -estalei meus dedos perto de seu rosto, e ela parou, me olhando- O que aconteceu aqui? Quem é aquela mulher?
- Não aconteceu nada. -suspirou- Você conhece ela?
- Não, ela só vive aparecendo nos lugares nos quais eu estou, mas o Neymar disse que não era motivo de preocupação. E a senhora pelo visto conhece.
- Não. -voltou a andar rumo à saída.
- Me diz quem é essa mulher, tia! -exigi enquanto a acompanhava.
- Eu não conheço ela, Jade Mitchel! -disse firme, mas eu sabia que era mentira- Vamos embora! -foi uma ordem, não um pedido.
- Eu não vou pedir mais, mas a senhora sabe que eu vou descobrir! -avisei, e entramos no carro, o caminho de volta foi feito no mais torturador dos silêncios, e eu odiava estar nesse clima péssimo com a minha tia.

Neymar POV

Passei o dia no escritório, não só resolvendo a burocracia do afastamento, mas também organizando tudo que eu ficaria longe durante esse tempo.
Apesar de ficar distraído com as minhas obrigações, eu contava os minutos para sair dali e ir ver a Jade. Mesmo sabendo que a hora de acabar com isso estava próxima, eu não queria pensar nisso agora.

Trocamos mensagens quando eu estava de saída, e acertamos que eu passaria lá. Assim que cheguei, enviei outra mensagem para avisar, e nem demorou para que a porta de sua casa se abrisse, e ela surgisse de cabelos soltos, voando com o vento que soprava no fim da tarde. No corpo um blusão de moletom, acompanhado de um short jeans e tênis all star preto, eu era fascinado pelo estilo dela.
Assim que cruzou o jardim e me alcançou, Jade me surpreendeu, ela se jogou em meus braços em um abraço apertado, e ali, eu já pude notar que ela não estava no seu normal.
- Está tudo bem? -perguntei olhando seus olhos, com seu rosto entre as mãos.
- Vamos sair daqui. -mordeu o lábio, nervosa, e me abraçou de novo, peguei sua mão e saímos andando mesmo dali, rumo ao Green Park, eu sentia que ela estava precisando de mim.


We are back, girls!
Desculpem a ausência, sério! Eu (Bia) estava resolvendo umas coisas, que graças a Deus deram certo, e não tinha cabeça nenhuma pra escrever durante esse tempo. Espero que entendam, e nos desculpem novamente!
Esse capítulo ficou pequeno e ruim, mas ele só serve para anunciar que a temporada de tretas está oficialmente aberta! Mais ou menos daqui a um capítulo ou dois, vai rolar a treta que todas vocês esperam desde o começo, então não nos abandonem porque tem muita água pra rolar!

Ps: tô postando hoje porque prometi à Luiza, mas a partir de quinta feira a programação normal volta haha
Beijo, amamos vocês!

domingo, 14 de fevereiro de 2016

Capítulo 20 - Decision




Jade POV

Apesar de todas as tentativas de Neymar e Alicia de me envolver nos assuntos das conversas, eu mesma não estava afim disso. E foi só todos terminarem, para que eu me levantasse e começasse a tirar a mesa, colocando tudo na máquina de lavar louças.

- Vocês podiam ir lá no pub hoje a noite, né? -a ideia de Alicia chamou minha atenção.
- Eu acho uma boa!  -Neymar sorriu.
- Não sei não. -respondi sem animo, Neymar me estendeu a mão, e assim que eu peguei, ele me guiou para sentar em seu colo.
- Jade, se chatisse desse prêmio, você era campeã mundial! -Ali disse e os dois riram.
- Por que não quer ir? Vamos? -Neymar acariciou meu rosto.
- Eu só não queria ir. Mas tudo bem, eu vou. Na verdade eu estive lá na noite passada, sabe, Alicia? E você não!
- Não vem me comprometer nos assuntos. -ela se defendeu e Neymar riu.
- Você e o primo dela, vocês namoram? -Neymar não segurou a curiosidade.
- Eu e Matthew? -Alicia riu- Não, Deus me livre!
- Eles só se pegam...com frequência. -expliquei e ela fez uma careta- E você, -olhei para o Neymar- não vai ir ver o Jota?
- Está me mandando embora?
- Na verdade estou, só não queria usar essa palavra.
- Essa garota é um nojo! -Alicia disse e ele riu assentindo, me dando um selinho em seguida.
- Mas eu vou mesmo. -ele me fez levantar, e fez o mesmo- Aliás, Alicia vou levá-lo mais tarde.
- Amigo seu? -ele assentiu- Leva mesmo, vai ser legal. -ela sorriu.
- Vai me levar até a porta, pra eu voltar sempre? -ele riu pra mim.
- Só vou levar porque tenho educação, não pra você voltar.
- Sei! -riu- Até mais, Ali!
- Até, Neymar! -ela acenou, e ele saiu me puxando pela mão, em direção a sala.  
Neymar destrancou a porta e saiu, mas antes de ir, colocou as mãos na minha cintura, levando meu corpo para junto do dele, e ficou me olhando nos olhos, o único som era de nossas respirações. Fechei os olhos e sorri, quando senti ele ofegar, e logo seus lábios colaram-se nos meus, dei passagem e sua língua invadiu minha boca, tendo um belo e movimentado encontro com a minha. Ele foi encerrando o beijo com leves selinhos, e me olhando novamente.
- Que bom que isso está acontecendo! -ele disse, e mesmo sem saber o que exatamente era isso, sorri.
- Vai embora logo! -disse em tom descontraído, ouvindo sua risada em seguida.
- Até mais tarde! Passo aqui às nove. -piscou e me deu um selinho demorado.
- Até! -mandei um beijo no ar e ele se foi, rumo a algum ponto de táxi, acredito eu.
- Que cazalzinho mais apaixonado. -Alicia zombou, assim que voltei à cozinha.
- Vai se foder! -ela riu.
- Bom, agora que eu já filei essa comida maravilhosa que eu nunca ouvi falar, eu vou pra casa.
- Morta de fome! -ri.
- Até depois, nojenta. -ri novamente, e ela foi indo rumo a sala, eu a segui. Nos despedimos e ela se foi.
 
Só me dei ao trabalho de trancar a porta, antes de me jogar ali mesmo no sofá maior, liguei a tv só para ter alguma companhia, porque não estava prestando atenção mesmo em nada. Nem sei quanto tempo durou essa espécie de meditação, até Matthew entrar, roubando minha atenção. Ele me olhou sem dizer nada e subiu rumo ao seu quarto, aproveitei para ir atrás dele e dizer o que eu precisava e queria.
Entrei sem nem bater na porta, e lhe encontrei tirando a camisa, enquanto ia até seu banheiro, mas quando notou minha presença, parou.

- Não sabe bater?
- Não vem com essa.
- O que você quer, Jade?
- Conversar com você.
- Estou indo tomar banho agora.
- Não tem problema nenhum, eu espero. -me sentei na cama, dobrando as pernas e ligando a tv, ele revirou os olhos e entrou no banheiro. Eu pensei que Matthew demoraria, só para me fazer desistir, mas dez minutos depois ele estava de volta, com uma toalha na cintura, indo ao closet, e saiu de lá vestido.
- Já pode falar o que você quer. -disse sem paciência, sentando-se do outro lado da cama.
- Eu quero esclarecer algumas coisas. Você quis ficar fora das operações por causa do Neymar, e mesmo odiando essa ideia, eu respeitei isso. Mas todas as vezes que você o vê, você arma uma confusão, Matthew!
- Eu não sou obrigado a gostar dele, sou?
- Não, você não é mesmo, e eu nem estou pedindo isso. O ponto é que, eu respeitei sua escolha, será que você não é capaz de respeitar a minha?
- Você está me dizendo que você escolheu ele, que vocês estão namorando e essas coisas?
- Não estamos namorando. Estou apenas dizendo que eu escolhi ficar com ele, não importa até onde isso vai, eu só não queria brigar com você todas as vezes que você ver nós dois juntos. -desabafei.
- Odeio brigar com você! -ele confessou- Mas é que pensar que esse cara está usando minha equipe, tudo que conquistamos, e pior, que ele está usando você, me deixa com vontade de acabar com ele o mais rápido possível! -que ele está usando você, ouvir isso doeu.
- Mas deixando essas suas suposições de lado, eu só quero que respeite o que eu escolhi. Não peço que sejam amigos ou algo do tipo, só não quero uma guerra todas as vezes que seus olhares se cruzarem. -ele ficou me encarando sério e calado- Matthew?
- Eu queria muito que você acordasse pra realidade, mas já que parece impossível, eu vou respeitar a sua escolha.
- Obrigada! -ele apenas acenou com a cabeça, antes de levantar e ir ao seu closet novamente. Essa foi minha deixa para sair dali e ir fum
ar alguns cigarros.

Neymar POV

Assim que entrei em casa, encontrei o Jota sentado no sofá, com um tédio tão grande que transparecia em sua expressão facial enquanto ele trocava os canais da tv.

- Olha só o policialzinho apaixonado! -disse ao notar minha presença.
- Não fode! -retruquei, me jogando no outro sofá.
- Tem uma música da Britney feita pra você: mamãe, me apaixonei por uma criminosa. -cantou e riu.
- Desde quando você é fã da Britney Spears? -me permiti uma risada.
- Eu não sou, mas essa música é famosa, e fala sério, tua cara! -riu.
- Irmão...-suspirei, passando as mãos no rosto, usando um tom mais sério- Eu tô muito fodido, mas muito mesmo!
- De manhã você não parecia fodido, e pra ser sincero, achei a Jade muito gente boa, se eu não soubesse a história nem acreditaria. E aposto que você tava lá transando até agora, que bipolaridade é essa?
- Cara, é sério, Jota. Eu tô louco por ela!
- Isso eu já percebi. -ele não estava debochando, era um tom compreensivo- Percebi só pelo jeito que olhava pra ela de manhã, e pelo sorriso que você deixava escapar todas as vezes que Jade dizia uma palavra.
- Eu tô sem saída! -desabafei.
- Eu já sugeri antes, você pode pedir para te mudarem de missão.
- Eu não posso, qualquer outro agente que entrar vai prendê-la. Jade não pode ser presa!
- E se você pedisse ao seu chefe para arquivar o caso por ora? Você diz que quer muito continuar e terminar a missão, mas agora precisa tirar uma licença, qualquer coisa assim.
- Será? -perguntei, enquanto ainda juntava as peças dessa ideia.
- Claro! Você usa esse tempo para ajeitar as coisas, e decidir o que fazer.
- É uma ótima ideia mesmo, mas e quanto a Jade? Estou apaixonado, mas não posso levar isso adiante pelo detalhe berrante de que ela é uma criminosa, e eu um agente secreto! -disse desesperado.
- Isso já é uma coisa que você só pode resolver sozinho. Irmão, sinceramente, você sabe que o melhor a fazer é continuar com seu trabalho. Talvez você sofra por não ficar com ela, mas há certas coisas na vida que temos que superar.
- Eu não sei o que fazer! -confessei antes de ir para o meu quarto, ficar sozinho com os meus pensamentos bagunçados.

Jade POV

Pontualmente às nove, Neymar buzinou em frente a minha casa. Olhei pela janela do meu quarto, e o vi encostado em seu carro, estava lindo, nossos olhares se encontraram e ele sorriu.
Me olhei uma última vez no espelho, peguei meu celular e desci.

- Oi, loirinha! -ele disse sorrindo quando eu me aproximei.
- Você está usando diminutivos de novo! -ele riu, e eu mesma tomei a iniciativa de beijá-lo, além de lindo ele exalava um perfume cheiroso que me fazia amar o cheiro.
- Coé, casal! -Jota me assustou, e eu encerrei o beijo, vendo-o sair do outro lado do carro- Fiquei sabendo que tem uma amiga lá, adiantem meu lado, vambora! -Neymar e eu rimos.
- Matthew já me odeia, imagina se o Jota fica com a Alicia? -ele disse só para mim, e apesar de ser verdade, eu ri.

[...]

Era uma noite de segunda-feira, e por isso o pub não estava muito movimentado, nem mesmo a banda que tocava música ao vivo parecia muito feliz.
Mas isso não foi um problema para nós quatro, conversas idiotas que geravam gargalhadas era o que mais se ouvia na nossa mesa. Foi uma noite realmente muito boa, com meu tipo favorito de diversão, conversa boa, bebida e música.
Depois de muitas investidas dele, Alicia e Jota se beijaram ali mesmo na nossa frente, no meio do pub, e até isso contribuiu para a noite ser engraçada, já que os dois não escaparam das nossas piadinhas.
Já era tarde, e os funcionários começavam a fechar o bar, quando Neymar decidiu ir embora. Mas Alicia queria que eu fosse dormir no apartamento dela, então eu fiquei. Nos despedimos do lado de fora,  com um beijo, encostados no carro dele que estava do outro lado da rua, enquanto os dois lá ainda demoraram um pouco ali na frente do pub mesmo. Neymar teve que buzinar para o Jota ir embora.
Alicia só se despediu dos funcionários, e nós duas também fomos embora.

- Tô sem sono. -ela disse assim que entramos.
- Eu sei, com esse fogo no rabo aí. -ela riu- Não achei que vocês fossem ficar.
- Nem eu, mas até que ele tinha um papinho legal e beijava bem. -deu de ombros- Vou tomar banho, escolhe aí alguma coisa pra gente ver no netflix.
- The Walking Dead.
- Ah não, coloca Arrow, a gente vê desde o primeiro episódio se quiser.
- Nem vem com essas séries de super herói.
- Esqueci que você é a vilã. -riu- Imagina o Oliver pra você: Jade Mitchel, você falhou com essa cidade. -imitou o personagem e gargalhou.
- Vai logo tomar esse banho, e para de assistir essas séries ruins.
- Não mexe com o Oliver Queen, queridinha! -beijou o ombro e subiu as escadas.

[...]

Neymar POV

Cheguei pontualmente no escritório naquela manhã fria de terça, sendo surpreendido ao ver Jenny em sua mesa. Sorri.

- Jenny, bom dia! Melhorou?
- Bom dia, agente. Estou melhor. -sorriu simpática como sempre.
- Ótimo! Será que você poderia ir até a minha sala quando estiver desocupada? Preciso dar uma palavrinha com você.
- Claro, só vou terminar de organizar uma papelada e já vou até lá.
- Obrigado. -ela sorriu e entrei, me sentei e liguei o computador para fazer, novamente, nada de importante. Jenny nem demorou, e já estava batendo na porta, autorizei sua entrada e pedi que ela se sentasse na cadeira de frente para mim- Então, Jenny, eu sei que aquele dia você reconheceu a Jade Mitchel, afinal você tem acesso a todos os meus relatórios e informações, enfim. A questão é que só você sabe desse nosso envolvimento. E no momento eu estou pensando em pedir uma licença, um afastamento.
- Por que, agente?
- Pra resolver isso tudo da forma certa.
- Quer dizer que não era encenação da sua parte, você se envolveu de verdade com ela?
- Talvez sim. -omiti a verdade.
- Eu sei que você não é só um agente, você também é um homem sujeito a se apaixonar, Neymar. Isso acontece, ninguém pode te julgar. -disse de forma compreensiva- Então só posso desejar boa sorte, e pode contar com o meu sigilo!
- Obrigado de verdade!
- Imagina, era isso? -assenti.
- Sim, só diga ao coronel que quero vê-lo, e me avise quando eu puder ir até lá.
- Claro. E boa sorte novamente. -sorriu e saiu da sala.

Jenny era uma boa pessoa, compreensiva como poucas que eu conheço, e eu já sabia que com ela seria fácil conversar. Agora era hora de enfrentar o coronel John Marshall, o cara que tinha minha carreira em suas mãos.

Amorzinhos, esse capítulo ficou tão ruim que eu nem tenho o que falar.
Prometo que quinta-feira a porra vai ficar séria real.
Comentem essa porcariazinha, beijos!